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Livros: eletrônicos ou de papel?

Acad. Noélio Duarte (Cadeira 13)

Recentemente uma revista de grande circulação no Brasil publicou em sua capa a seguinte manchete: Os livros de papel vão acabar! E o assunto invadiu as principais rodas de intelectuais que vieram a tona para defender o velho e bom livro de papel; mas, os intelectuais mais modernas também se pronunciaram dizendo que os e-books é que vieram para ficar e que esse processo não tem retrocesso.

As discussões certamente vão continuar por muitos anos. Ele é saudável. A leitura por meios eletrônicos ainda esbarra em equipamentos caros, plataformas complexas e disponibilização dificultada também pelo escasso acesso a internet, principalmente no interior. No Brasil, a utilização de dispositivos digitais como os e-readers para a prática da leitura ainda não é muito difundida e apenas 5% dos livros vendidos no país são digitais – nos Estados Unidos este número já chega a 25%. Mas com um aumento deste tipo de leitura, estudos estão sendo realizados para avaliar se é melhor ou pior para o entendimento a leitura de livros digitais ou tradicionais.

Segundo pesquisas, os livros eletrônicos, por enquanto, ainda apresentam desvantagem sobre os livros de papel . O fato é que quem lê em e-readers possui mais dificuldade em relembrar a cronologia dos fatos do que quem lê em livros físicos. Um complexo estudo desenvolvido pela pesquisadora Anne Mangen, da Universidade de Stavanger, na Noruega, 50 estudantes foram divididos em dois grupos: um para ler em um e-book e o outro para ler um livro. Após lerem o mesmo conto nas diferentes plataformas, os estudantes foram questionados pelos pesquisadores sobre alguns aspectos da história. E na hora de responder perguntas sobre ambientação, personagens e objetos da obra as respostas dos dois grupos foram muito próximas, sendo difícil afirmar que nestes quesitos realmente haja uma diferença relevante entre os meios. No entanto, quando questionados sobre a ordem dos eventos da história, os que leram e-books apresentaram muito mais dificuldade em lembrar a ordem cronológica dos acontecimentos.

Para a realizadora do estudo, Anne Mangen, essa dificuldade pode ser reflexo de um retorno tátil que não acontece no Kindle. Isso porque o formato do aparelho não permite a percepção de progresso como acorre no livro que, conforme você lê, vai sentindo que um lado vai diminuindo enquanto o outro aumenta. A reconstrução mental da história pode ter este processo como um dos fatores que auxiliam a memória.

O outro estudo foi realizado pelo pesquisador Matthew Scheneps, do departamento de estudo científico do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica, nos Estados Unidos. Para realizar a pesquisa, 100 estudantes com dislexia (dificuldade de leitura e escrita) tiveram que ler conteúdos em um livro e em iPods Touch que permitiam aumentar a letra de forma que cada linha tivesse duas ou três palavras numa fonte grande.

Neste caso, estudantes com dificuldades de captar o som das palavras e aqueles com menos capacidade de atenção visual tiveram uma significativa melhora na velocidade de leitura e compreensão.

Neste sentido, a capacidade dos e-readers de serem personalizados e se adequarem às necessidades dos estudantes com dificuldades permitem que os dispositivos possam ser usados para auxiliar estes alunos na aprendizagem e incentivo à leitura. No entanto, para leitores que não apresentam dificuldades, a plataforma escolhida terá menos influência nas percepções da leitura.

Realizar tarefas ao mesmo tempo, como ler um livro ou e-book e ouvir música não afetará tanto uma vez que o cérebro irá se concentrar em uma das atividades. A possibilidade que o e-reader oferece é que o leitor possa interagir durante a leitura, por exemplo, com um dicionário ou vendo um vídeo sobre determinado tema, fazendo com que a experiência se torne não necessariamente mais dispersa, mas mais diferenciada e rica.

Há uma forte tendência de mudança para os livros eletrônicos, também conhecidos por e-books. A escolha é muito pessoal e de acordo com as regiões onde vivem. Se ali existem bons sinais de internet para baixar livros e atualizar dados literários, invista em eletrônicos. Mas, caso contrário, mantenha-se fiel ao velho e bom livro de papel. Ambos tem vantagens e desvantagens. Ambos são instrutivos e ter o poder de mudança. Ambos podem trazer novas visões de um novo tempo. Ambos podem instruir.

Mas onde está o problema: No livro eletrônico ou no livro de papel? Creio que não está em nenhum dos dois. O problema reside no hábito de leitura. Quando se tem o hábito de lê, os meios da leitura não importam. Indivíduos afeitos a constante leitura não são afetados pelo tipo de material que tem à mão. Ele simplesmente lê por prazer.

O salmista Davi, numa reflexão profunda e altamente empreendedora afirma no seu salmo primeiro: “É feliz a pessoa que não anda segundo as tendências do mercado; nem se detém diante das insinuações e discussões inúteis e nem tem assento junto aqueles que tem hábitos devastadores da sã moral. Pelo contrário, é feliz porque tem o seu prazer na leitura revigorante e fortalecedora da Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada e nessas Sagradas letras medita constantemente”. Ao fazer tal afirmação, Davi está dizendo: “Quem lê constantemente algo que alimenta, só pode ter como resultados ações crescentes e produtivas”. E não tenha dúvidas: Ler a Bíblia ajuda-nos a repensar a vida relacional, emocional, educacional e espiritual. E não importa se a Bíblia é de papel ou eletrônica. O importante é ler. E mais do que ler, meditar. A palavra meditar tem o mesmo sentido de ruminar, isto é, trazer ao cenário aquilo que já foi lido para repensar cada ideia ali contida.

Ler faz toda a diferença. Que lê mais, sabe mais... E vive mais!



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